Ouço
as vozes da noite,
vozes
dos animais no cio,
dos
filhotes chorando no frio,
vozes
na barraca de coco verde
e,
através das paredes
ouço
os casais,
discutindo aos
gritos.
Noites
plagiadas!
De
gargalhos endemoniados,
berros
obsedados,
gente
macabra soltando as línguas
ferinas,
enquanto
outros, sufocados, choram
nos
apartamentos, nos bares,
nas
esquinas.
Mas,
todos bebem ou drogam-se
euforicamente gritado,
como
as sirenes aceleradas
por
estas ruas paulistas...
quase
vazias, apesar do vozerio.
Coisa triste
esta avenida depravada
e
transbordante
como
um rio cheio de vícios.
Afinal,
nem sei porque
estranho
tanto!
É só
mais uma madrugada,
serpente
de boca larga,
nutrida
e gorda de gritos.
Suzette
Rizzo _ October 05, 2007
Foto_
Porto Alegre
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