28 de dezembro de 2014

Era uma vez uma ursinha



Era uma vez uma ursinha
Laura B. Martins

Era uma vez uma ursinha,
com um vestido de estrelas,
que caminhava sozinha,
e procurava por elas.

De tanto, tanto que andou,
cansou-se; e pôs-se a chorar.
Até que um anjo passou,
e resolveu perguntar:

- Ó ursinha, o que tens tu
para chorar assim tanto,
que o teu lencinho já pinga;
tão molhado está de pranto?


Entre duas fungadelas,
a ursinha respondeu:
- É que eu não acho as estrelas.
Estarão todas no céu?

- As estrelas que tu queres,
são cada um que morreu.
- responde o anjo. Preferes
também tu ir para o céu?

A ursinha, pensativa,
olha o anjo e contrapõe:
- Estou um bocado à deriva... 
Tanto, também não se impõe! 

Olhando para o vestido
e reparando, enfim, nelas,
diz a ursinha atrevida:
- Achei as minhas estrelas!!!!


30/11/2003

Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958 

Atropelos



Atropelos
Suzette Rizzo

O decair envergonha,
o não ter impulsiona quando possível
ou desanima de modo incrível.
Ah! Minha história possui
um pouco de tudo,
um pouco de qualquer sentimento,
um misto de atropelamentos.



Vida a meu ver é um Contêiner
que pode parar na hora H
ou passar por cima.
Vida é meio que vento...
aragem embelezando as folhas
ou tempestade destruidora.
Já estive a beira do abismo,
já estive no alto do mundo.
E só sei que perder inibe,
pois há quem despreze
e há quem pise.
Mas reconheço:
As coisas acontecem
um pouco por culpa do destino,
outro pouco por deslizes.

Preparação para a morte


Preparação para a morte
Manuel Bandeira 

A vida é um milagre.
Cada flor,
Com sua forma, sua cor, seu aroma,
Cada flor é um milagre.
Cada pássaro,
Com sua plumagem, seu vôo, seu canto,
Cada pássaro é um milagre.
O espaço, infinito,
O espaço é um milagre.
A memória é um milagre.
A consciência é um milagre.


Tudo é milagre.
Tudo, menos a morte.
– Bendita a morte, que é o fim de todos os milagres.
 

Chances


Chances...

Tive e muitas
de expiar meus erros
redimir pecados...
E observei o mundo e todos os seres
viventes..
Amei o planeta
e odiei boa parte dos que falam,
dos que raciocinam, dos que mentem
daqueles que fazem e dizem
por dizer somente.


Imaginei meu corpo flutuando
num rio de águas calmas
e senti a leveza do que sou.
Usei carmas para entender,
conjecturar...
Do porque do ser que mil vezes vive.
E odiei profundamente a raça adâmica
e todos os sonhos que tive.
Suzette Rizzo


Sunday, December 28, 2014

Correntes


Correntes
Suzette Rizzo

Atravancado sim,
este destino de laminas amoladas,
podando a parte boa
e o frescor da esperança,
sempre tombada

Impasse absurdo,
sentir-me acorrentada
no portão do paraíso,
vendo a vida existir a três passos
e eu...  assediada pelo diabo


E assim, bloqueada pela vida,
que não permite soltura
apesar do livre arbítrio,
ora inibo a vontade de voar alturas
ora sinto impulsos
de me espatifar do abismo.
                                       Suzette Rizzo
Wednesday, April 24, 2014

Meu único amor, nascido de meu único ódio! Cedo demais o vi, ignorando-lhe o nome, e tarde demais fiquei sabendo quem é. Monstruoso para mim é o nascedouro desse amor, que me faz amar tão odiado inimigo.
É uma fala de Julieta na peça “Romeu e Julieta” de William Shakespeare

Do Blog do filósofo e prof Luiz Felipe Pondé